[ PEDRO
LUSO DE CARVALHO ]
OLAVO BILAC,
cujo registro civil consta o nome de Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac, nascido
a 16 de dezembro de 1865, no Rio de Janeiro. O poeta faleceu no Rio de Janeiro,
a 18 de dezembro de 1918.
Olavo Bilac
estudou Direito em São Paulo e Medicina no Rio de Janeiro, cursos que não foram
concluídos. A animada vida de imprensa, nos primeiros anos da República,
atraiu-o para o jornalismo. Foi professor de pedagogia e inspetor escolar do
Distrito Federal. Foi membro da Academia Brasileira de Letras, conferencista e,
sobretudo, poeta. Bilac, Raimundo Correia e Alberto de Oliveira, faz parte da
famosa trindade dos grandes parnasianos.
No seu último livro, Tarde, adquiriu,
como disse Álvaro Lins, “uma serenidade, uma altitude de imaginação e
pensamento que ainda mais lhe valoriza a
obra.
Bilac
escreveu: Poesias, 1888; Crônica e novelas, 1894; Crítica e fantasia, 1904;
Conferências literárias, 1912; Ironia e piedade, 1916; Tarde, 1919; Últimas
conferências e discursos, 1924; etc. – Escreveu diversos livros em colaboração
com Coelho Neto, com Guimarães Passos e com Manuel Bonfim.
Segue o poema
O vale, de Olavo Bilac (in Tarde, Rio de Janeiro, 1919, p. 36-37):
[ESPAÇO DA POESIA]
O VALE
( Olavo Bilac )
Sou como um vale, numa tarde
fria.
Quando as almas dos sinos,
de uma em uma,
No soluço adeus da ave-maria
Expiram longamente pela
bruma.
É pobre a minha messe. É
névoa e espuma
Toda a glória e o trabalho
em que eu ardia...
Mas a resignação doura e
perfuma
A tristeza do termo do meu
dia.
Adormecendo, no meu sonho
incerto
Tenho a ilusão do prêmio que
ambiciono:
Cai o céu sobre mim em
pirilampos...
E num recolhimento a Deus
oferto
O cansado labor e o inquieto
sono
Das minhas povoações e dos
meus campos.
* *
REFERÊNCIA:
LINS, Álvaro. BUARQUE DE
HOLLANDA, Aurélio . Roteiro Literário de
Portugal e do Brasil, vol. II. 2ª ed. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 1966, p. 288, 296.
* * *
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