28 de ago. de 2012

ÁLVARES DE AZEVEDO - Se eu morresse amanhã!

Álvaro de Azevedo

                     por Pedro Luso de Carvalho


ÁLVARES DE AZEVEDO, cujo nome completo era Manoel Antônio Álvares de Azevedo, nasceu em São Paulo a 12 de setembro de 1831. Seus pais, Inácio Manoel Álvares de Azevedo e D. Luísa Silveira da Nota Azevedo, mudaram-se em 1833 para o Rio de Janeiro.

Nos anos de 1848-1851, Álvares de Azevedo cursa a Faculdade de Direito de São Paulo. Convive com Bernardo Guimarães, Aureliano Lessa, José de Alencar. Em 1849 funda a Associação do Ensaio Filosófico. Estuda, lê muito e escreve toda sua obra.

Em fins de 1851 e início de 1852 passa em Itaboraí, onde espera recuperar a saúde. O poeta, no entanto, é assaltado pelo pressentimento da morte. Então pensa em mudar-se para Recife e terminar a faculdade, pois sente que morrerá em São Paulo.

No dia 10 de março de 1852 sofre uma queda ao voltar de um passeio a cavalo; sente depois disso que os sintomas da tuberculose agravam-se. Seus médicos diagnosticam um tumor na fossa ilíaca, e o operam. Depois da operação melhora, mas em 25 de abril desse mesmo ano vem a falecer, com apenas vinte e um anos de idade. Foi sepultado no cemitério Pedro II, na Praia Vermelha, depois seu corpo foi transladado para o São João Batista.

Álvaro Lins e Aurélio Buarque de Hollanda dizem que “Álvares de Azevedo foi talvez o mais bem-dotado de todos os poetas brasileiros”. (In Roteiro Literário de Portugal e do Brasil, vol. II. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1966, p. 106).

Segue o poema de Álvares de Azevedo intitulado Se eu morresse amanhã! (In Álvares de Azevedo, Poesia, Antologia. 2ª ed. Rio de Janeiro: Livraria Agir Editora, 1960, p. 91):


[ESPAÇO DA POESIA]


SE EU MORRESSE AMANHÃ!
(Álvares de Azevedo)



Se eu morresse amanhã, viria ao menos
Fechar meus olhos minha triste irmã;
Minha mãe de saudades morreria
Se eu morresse amanhã!


Quanta glória pressinto em meu futuro!
Que aurora de porvir e que manhã!
Eu perdera chorando essas coroas
Se eu morresse amanhã!


Que sol! que céu azul! que doce n’alva
Acorda a natureza mais louçã!
Não me batera tanto amor no peito
Se eu morresse amanhã!


Mas essa dor da vida que devora
A ânsia de glória, o doloroso afã...
A dor no peito emudecera ao menos
Se eu morresse amanhã!


              
*  *  *


4 comentários:

  1. Belo poema. Adoro Alvares de Azevedo. Obrigada por lembrar dele. Sucesso sempre.

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  2. SEMPRE GOSTEI DE LER A HISTÓRIA E OS POEMAS DE ÁLVARES DE AZEVEDO...LEMBRO DO PRIMEIRO VESTIBULAR QUE FIZ, O TEXTO DA A SER INTERPRETADO ERA UM POEMA DE ÁLVARES E NÃO TINHA A MENOR IDÉIA DE COMO RESPONDER...APARTIR DE ENTÃO, PASSEI A LER TUDO SOBRE ELE. ME TORNEI FÃ. BELO POEMA. QUE BOM TER O TEU BLOG PARA PESQUISAR TANTAS HISTÓRIAS INTERESSANTES. OBRIGADO POR ME SEGUIR. VOLTE SEMPRE!!!!

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  3. Sueli,

    Embora um pouco atrasado, venho agradecer a sua visita. Aqui você será sempre bem vinda.

    Abraços,
    Pedro.

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  4. Marylú,

    O mesmo ocorreu comigo, quanto à obra de Álvares de Azevedo; estudei-a para prestar vestibular. Daí em diante leio de vez em quando alguns de seus poemas.

    Abraços,
    Pedro.

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