19 de dez. de 2012

[Poesia] PABLO NERUDA - O Ramo Roubado





 por Pedro Luso de Carvalho


PABLO NERUDA, cujo nome de registro civil era  Neftalí Ricardo Reys Basoalto, nasceu a 12 de julho de 1904, em Parral, Chile. O poeta morreu na capital de seu país, Santiago, em 23 de setembro de 1973. A sua poesia se caracteriza pela invenção e reinvenção de temas profundamente ligados ao amor e à vida.

Neruda, sabidamente um dos mais importantes poetas dos tempos modernos, deixou uma extensa obra, com mais de 50 livros, que foram traduzidos para vários idiomas, tendo uma vendagem superior a um milhão de exemplares.

O intenso lirismo da poesia de Neruda e a sua criatividade prodigiosa, com cinco volumes de poesia publicados quando contava com apenas 22 anos, na década de 1920, contribuiu fortemente para firmar a sua reputação. O seu segundo livro, Vinte poemas de amor e uma canção desesperada, logo se tornou popular e um clássico, em razão da elegância, doçura e profunda melancolia.

Quanto ser ou não comprometida a poesia de Neruda, a resposta correta é dada por José Miguel Ibañez Langlois, também chileno, nascido em Santiago, professor de Literatura da Universidade do Chile: “Neruda como poeta tem o compromisso imediato que a sensibilidade contrai ante o objeto que a estimula: o corpo da mulher, a paisagem, o espetáculo da fome ou da miséria. Não conhecemos outro compromisso de maior profundidade, de Neruda como poeta”.

No ano de 1940 Neruda começou a escrever um poema épico, para o qual levou elementos da flora, da fauna, da história, da mitologia e das lutas políticas da América Latina. O seu livro Alturas de Machu Picchu, inspirado nas civilizações pré-colombianas, viria tornar-se o centro do épico Canto geral (1950).

Em 1971, a Academia Sueca concedeu a Pablo Neruda o Prêmio Nobel de Literatura.

Segue o poema O ramo roubado, de Pablo Neruda (In Antologia Poética. Pablo Neruda. Tradução de Thiago de Mello. Rio de Janeiro: 1964 p. 71-72):



[ESPAÇO DA POESIA]



O RAMO ROUBADO
 (Pablo Neruda)




De noite entraremos
para roubar
um ramo florido.


Saltaremos o muro
nas trevas do jardim alheio,
duas sombras na sombra.


Ainda não se foi o inverno,
e a macieira aparece
transformada de repente
em cascata de estrelas perfumadas.


De noite entraremos
até seu palpitante firmamento,
e as tuas mãos pequenas e as minhas
roubarão as estrelas.


E sigilosamente,
em nossa casa,
na noite e na sombra,
entrará com teus passos

o silencioso passo do perfume
e com pés estrelados
o corpo claro da primavera.




*  *  *


10 comentários:

  1. Hola Pedro, el poema de Neruda es excelente,
    gracias por compartir.
    ¡feliz Navidad!
    un saludo.

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  2. Obrigado pela visita, Ricardo.
    Retribuo os votos de Feliz Natal.

    Um abraço,
    Pedro

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  3. Obrigado, Paulo. Volte sempre.

    Um abraço,
    Pedro.

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  4. Lindo poema!
    Feliz Natal e ótimo 2013!
    abraços!

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    Respostas
    1. Obrigado, Maristela. Também desejo a você um Feliz Natal. Desejo também que em 2013 você realize todos os seus sonhos, com muita saúde, paz e amor.

      Abraços,
      Pedro.

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  5. Olá, Pedro. Feliz 2013 para você e família. Que o novo ano lhe traga muita paz, saúde e realizações pessoais e profissionais. E obrigada por textos tão interessantes. Sucesso sempre.

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    Respostas
    1. Sueli,

      Retribuo os seus votos de um feliz 2013, desejando a você e sua família muita paz, saúde e alegria no novo ano.

      Espero contar sempre com o prestígio de sua presença em meus blogs.

      Abraços,
      Pedro.

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  6. Pedro:
    Gracias por tu post sobre Neruda, cuya grandeza es bien conocida.
    Tengo la fortuna de leer el portugués y entender el mensaje, aunque es muy difícil para mi escribir en ese idioma.
    Por favor, dime si prefieres que lo traduzca con Google o esas otras aplicaciones. Yo no confío en ellas y espero que entiendas el castellano simple que utilizo.
    Vaya mi deseo de un muy buen 2013 en tu vida.
    Un gran abrazo.

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    Respostas
    1. Caro Arturo, não se faz necessária a tradução de seu comentário, já que entendo bem o castellano.

      Agradeço sua visita e desejo-lhe um ano de 2013 pleno de realizações, com saúde e paz.

      Um abraço,
      Pedro.

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PEDRO LUSO

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