LÊDO IVO,
escritor e poeta, estreou na poesia com As imaginações, livro que foi
publicado em 1944, no Rio de Janeiro, pela Pongetti. Dessa data, até 2008,
quando publicou Réquiem, pela editora
Contra Capa, teve uma produção poética bastante extensa. Às suas inúmeras obras
poéticas somam-se as Antologias poéticas,
nas quais participou.
O
escritor iniciou-se no romance em 1947, com As Alianças, com o qual
obteve o Prêmio da Fundação Graça Aranha,
que teve a sua publicação no Rio de Janeiro, pela Agir. Em 2007 foi publicado o romance A Morte do Brasil, em sua 3ª edição, em
Belo Horizonte, pela Editora Leitura. Entre 1947 até 2007 produziu outros
romances importantes.
A
narrativa curta também foi explorada por Lêdo Ivo; o seu primeiro livro de
contos, Use a passagem subterrânea,
de 1962, foi publicado em São Paulo pela Difusão Europeia do Livro, em 1962. Depois,
foram publicados: O flautim, Um domingo perdido, entre outros.
A crônica
igualmente atraiu Lêdo Ivo: A cidade e os
dias, foi publicada pela O Cruzeiro, em 1957 – outras se seguiram. O escritor também
se fez presente no ensaio; escreveu, entre outros: Lição de Mário de Andrade, em 1951, O preto no branco. Exegese de
um poema de Manuel Bandeira. Na literatura
Infanto-juvenil, fez sua esteia com O
menino da noite, em 1995 – outros vieram nessa esteira.
Lêdo Ivo
nasceu em Maceió, a 18 de fevereiro de 1924, e morreu em Sevilha, no dia 23 de
dezembro de 2012. Foi membro da Academia Brasileira de Letras.
Segue o poema
A Coruja, de Lêdo Ivo (in Ivo, Lêdo. Calabar:
um poema dramático / Lêdo Ivo. Rio
de Janeiro: Record, 1985, p. 90-91):
[ESPAÇO DA POESIA]
A CORUJA
( Lêdo Ivo )
Minha noite é
o dia
que enxota os
sóis intrusos.
Qualquer
vento enferruja
os portões e
os navios
e muda em
garatuja
as inscrições
latinas
acima das
cornijas.
Minha noite é
a luz
sem
subterfúgios
que atravessa
o fundo
das agulhas
mais finas
ou a fagulha
dormida
em seu leito
de hulha.
Só junto aos
semáforos
desta
capitania
sou a
sentinela
das coisas
encobertas
velhas
botijas de ouro
gárgulas de
cimalha
tocaia ou
valhacouto.
E na alvura
da noite
branca de
mandioca
e esplêndida
de coitos
estou onde
está o homem:
na malha que
o cinge
no abraço que
o enlaça
na traça que
o rói
no passo do
sonâmbulo
na prega da
mortalha.
*
REFERÊNCIA:
Disponível em: <http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=767&sid=150>
Acesso em 02 jun. 2013.
* * *
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PEDRO LUSO