23 de mai. de 2012

MARIO QUINTANA – Da saudosa distância



                   por  Pedro Luso de Carvalho

     
        MARIO QUINTANA nasceu  em Alegrete, RS, a  30 de julho de 1906, e faleceu na capital gaúcha, Porto Alegre, em 5  de maio de 1994. Traduziu obras importantes  -  Marcel Proust,  Virginia Woolf, entre outros - para a Editora do Globo, que era dirigida pela Família Bertaso, tendo à sua frente Henrique Bertaso. Escreveu durante largo tempo para o  Correio do Povo - Página de Cultura -, quando  o jornal  pertencia a Companhia Jornalística Caldas Junior. 

        Os prêmios que recebeu, foram todos merecidos, como aconteceu com o Prêmio Fernando Chinaglia da União Brasileira de Escritores,  e o Prêmio Machado de Assis, da ABL, pelo conjunto da obra. 

       Mario Quintana  tinha anjos que o protegiam; estes impediram o poeta de ingressar na Academia Brasileira de Letras, depois de suas três tentativas; os anjos sabiam que Mario  lá não se sentiria confortável entre tantos “imortais” que de poesia nada entendiam, como ainda hoje ocorre.

        Segue a prosa-poética de Mario Quintana, “Da saudosa distância” (In  Quintana, Mario. Na volta da esquina. Porto Alegre: Editora Globo, 1979, p. 50).


                                                        [DA PROSA POÉTICA]

                                                      DA SAUDOSA DISTÂNCIA
                                                                          (Mario Quintana)


       Antes, muito antes que o rádio houvesse conspurcado os espaços, escrevi em Alegrete um poema de que apenas recordo estes versos:

          “entre a minha casa e a tua
            há uma ponte de estrelas”.

          Era uma ponte de silêncio...Quando muito, uma nova Ponte dos Suspiros. Agora Maria acaba de me telefonar do Rio. Não era a voz dela. Havia algo de mecânico, de metálico, de inumano naquela voz, como se fora a voz de uma maria-robô. Faltava-lhe esse calor humano que só a presença animal de uma pessoa nos pode transmitir... e que faz com que qualquer mentira tenha tanta verdade!


                                                                      *  *  *


2 comentários:

  1. Tem aqui um fantástico reportório de escritores de nomeada e que, quantas vezes, nos escapam à memória.

    Faz bem recordá-los!

    António Nunes

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  2. Agradeço a visita e o estímulo do amigo Nunes.

    Grande abraço,
    Pedro.

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