James, quando jovem, era conhecido como “Sunny Jim”, e, como favorito, fugia do quarto das crianças e descia a escada alegremente: “Estou aqui, estou aqui”. Aos cinco anos, cantava nas festas dominiciais da família e acompanhava os pais a recitais no Bray Regatta Club. A essa altura também já usava óculos, por causa da miopia. Que amava a mãe então, é abundantemente claro, identificando-a com a Virgem Maria, pois vivia mergulhado no ritual e nos preceitos da Igreja Católica. Ela era uma mulher tão devota que confiava mais no professor que em qualquer membro da própria família. Era possessiva em relação a “Sunny Jim”, advertindo-o para não se misturar com os moleques de rua, e até mesmo desaprovando uma quadrinha do dia dos namorados que uma menina, Eileen Vance, lhe mandou quando ele tinha seis anos (..).
A “boa mãe”, com um “cheiro melhor que o pai”, era objeto de grande ternura para ele, e, quando se separaram, ele fingiu não ver as lágrimas sob o véu dela.
(Edna O'Brien)
[In James Joyce/ Edna O'Brien. Tradução de Marco Santarrita. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001, p. 11-12]
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PEDRO LUSO